O problema acontecido com a Akemi Sasaki mostrado no post anterior (Clique aqui para ver) é o início de uma catástrofe anunciada.
Quem não se lembra do caso Tomodatys onde as mudanças foram abandonadas nos portos do Brasil e seus donos fugiram.O mesmo está acontecendo com a Sanshin mudanças.Por que essas empresas dão o cano nos seus clientes? Eis o esquema.
Um frete de um container de 40 feet (pés) saindo de Nagoya e chegando em Santos custa em média 3 mil dólares, esse preço é apenas de porto a porto e não inclui o frete doméstico de ambos os países. Um container de 40 feet tem a capacidade de 67 metros cúbicos, ou 134 caixas de meio metro cúbico.
Fazendo as contas, a Sanshin cobra 70 mil ienes pela caixa de meio metro cubico, então fatura 9 milhões e 380 mil ienes ou quase 80 mil dólares ou 320 mil reais se encher o container inteiro.Acontece que o frete é apenas uma parcela dos custos da mudança, e a maioria desses custos tem que ser pagos no Brasil na hora de se fazer o desembaraço na alfândega.
Então se um container ficar retido por mais de 2 meses por algum problema, o custo pode ultrapassar o valor da receita e a Sanshin abandona tudo e inventa um desculpa qualquer do tipo, roubaram a carga na rodovia.A empresa de mudança tem que emitir um conhecimento de carga, o chamado B/L ou Bill of Lading para cada cliente que ele coloca no container.
Acontece que para econonizar o custo com o despachante alfandegario que cobra a sua comissão por cada B/L emitida, essa Sanshin emite apenas uma B/L para todo o container que tem caixas de varios clientes. Na hora do desembaraço, que é a liberação da mudança, o auditor fiscal pode interditar todo o containier se desconfiar que a quantidade de mercadorias é incompatível com a estadia do brasileiro no exterior.Afinal ninguem usa 100 computadores em casa ou 30 televisões de plasma que podem estar dentro de um container e que segundo a B/L pertence a apenas um laranja.
O que está acontecendo com a Sanshin? Provavelmente os custos de armazenagem ou problemas com o B/L fizeram com que a mudança dos brasileiros sejam abandonadas nos depositos da Receita Federal. O mesmo aconteceu com a finada Tomodatys.
O despachante alfandegario vai cobrar 600 reais por cliente que enviou a mudança, para fazer os trâmites burocraticos, esse despachante não é um funcionário da Receita Federal.Portanto se houver 134 clientes para cada caixa , então o custo sobe para 80 mil reais, ou cerca de 30 mil dolares.
Existe outro custo, o da armazenagem antes da liberação da carga. Alguns armazéns dão uma carência de 10 dias, passado esse prazo é cobrado uma taxa baseada no valor declarado da carga que pode chegar a 6 mil dólares pela carga total de um container para cada período de 10 dias. Por causa disso é que a Sanshin pede que se declare um valor mais baixo para economizar esses custos de armazenagem.
Existe outro problema que é o jeitinho brasileiro de economizar.
Vamos fazer umas contas supondo que cada cliente envie uma caixa de meio metro cúbico , seja emitido um B/L por cliente e que o container fique um mês no depósito alfandegario e portanto pague 20 dias de taxa de armazém, pois 10 dias não são cobrados.
Custos
Frete navio: US$3.000 ou R$9.000 (dolar a R$3)Encargos despachante: R$600x134 = R$80.000Taxa armazém: a cada 10 dias US$9.000, 20 dias=US$18.000=R$54.000
Total custos:R$143.000
Receita : 134 caixas x 70.000 ienes = 9.380.000 ienes =US$80.000=R$320.000
Lucro líquido = R$320.000-R$143.000=R$177.000
Não foram considerados outros custos que incidem sobre o processo , como despesas de frete doméstico , tanto no Japão como no Brasil.
No caso da Sanshin, usando o esquema de enviar um container em nome de apenas uma pessoa, o laranja, está economizando os encargos de despachante, nesse caso o custo Sanshin seria assim calculado:
Custo Sanshin=R$143.000-R$79.400=R$63.600
Lucro Sanshin=R$320.000-R$63.600=R$256.400
Usando o esquema do laranja,Sanshin teria uma economia de R$79.400 nos custos de despachante, mas correndo o risco do container ficar retido no armazem por irregularidade na documentação.
Mesmo com o lucro adicional , se o container ficar 50 dias além do prazo de carência de 10 dias no armazem, a Sanshin teria prejuizo pois os custos de armazenagem superam toda a receita, nesse caso o container corre o risco de ser abandonado e seu conteúdo leiloado pela Receita Federal.
Portanto quando você contratar uma empresa de mudança, exija que seja emitido um B/L em seu nome e que não seja usado por outras pessoas. Com o número do B/L que é um documento oficial usado no transporte maritimo, você pode rastrear suas cargas.
O número de rastreio que a Sanshin fornece NÃO é o B/L.No Japão . a única empresa brasileira de mudanças que não usa o esquema de laranja é a SUZAN, essa sim , é uma emprêsa séria e confiavel.
ONDE ESTÃO AS AUTORIDADES CONSULARES NO JAPÃO OU A MÍDIA QUE NÃO DENUNCIA? OU OS CHAMADOS LÍDERES DA COMUNIDADE? QUE SEMPRE LAMBEM AS BOTAS DAS AUTORIDADES E FECHAM OS OLHOS A ESSES ESCÂNDALOS?SÃO CONIVENTES , POIS O DONO DA SANSHIN É UM GRANDE ANUNCIANTE NAS MÍDIAS BRASILEIRAS E FREQUENTADOR DAS FESTAS E COQUETÉIS DOS CONSULADOS E AMIGO DESSES PSEUDO LÍDERES.
ISSO É UMA VERGONHA!